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    Análise: Flamengo foi arrogante contra o Central Córdoba ou foi apenas uma zebra?

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    Poupando vários titulares, o Flamengo sofreu um revés inesperado contra time estreante na Liberta, justo no primeiro jogo de Filipe Luís em casa.

    “A Libertadores não se joga, se ganha” – essa máxima tem que ser levada em conta, quando se entra em campo pelo principal torneio de futebol da América do Sul e o Flamengo aparentemente esqueceu disso, quando enfrentou o Central Córdoba ontem, dia 9 de abril.

    Em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, o time de Filipe Luís deu azar, pecou nos mesmos erros de sempre e pode se complicar na classificação, mesmo que essa parecesse bastante fácil quando o sorteio ocorreu.

    Nesse texto falaremos a respeito dos esforços de Filipe, de sua inexperiência, das lições que o jogo deu ao promissor treinador e do batismo de fogo que era sim necessário, mas que chegou no pior momento possível.

    Os erros repetidos

    Muito se falou que a diretoria e comissão técnica optaram por priorizar o Campeonato Brasileiro em 2025 e de fato houveram declarações a esse respeito, mas na entrevista pós-jogo, Filipe Luís fez questão de corrigir essa rota, esclarecendo, algumas questões e desmistificando outras.

    O treinador fez um comparativo com o passado, onde se dava mais prioridade para as Copas, em detrimento da Liga (o Campeonato Brasileiro) e segundo ele, na gestão dele, isso não ocorrerá mais.

    A ideia não é de toda ruim, mas a grande questão é que nessa conta proposta por Filipe entram também os jogos da primeira fase da Copa Libertadores e isso não faz sentido;

    Ora, tendo em mente que o Flamengo pegará o Botafogo da Paraíba na Copa do Brasil, pedir que o time no Brasileiro seja poupado para enfrentar com força máxima um time de força claramente muito menor é no mínimo ridículo, no entanto…

    Copa do Brasil é diferente da Libertadores

    Quando se trata de primeira fase de Libertadores, essa mentalidade não encaixa, já que o desempenho da primeira fase inclui uma série de jogos menos difícil.

    No mata-mata da Copa do Brasil o critério de embate e a ordem dos jogos é por sorteio rodada a roda, o chaveamento da Libertadores também tem um sorteio, na primeira jornada, depois não. Dependendo da classificação, o Flamengo jogará a segunda partida em casa e é importante conseguir disputar a segunda partida em seus domínios.

    Há quem defenda uma “tática” parecida com a de times argentinos, que jogam o torneio de uma forma sem grandes preocupações no primeiro tomo, deixando as forças para gastar na segunda parte do torneio.

    Não é incomum que River Plate, Boca Junior ou Racing tenham elencos completamente diferentes na 2ª parte da Liberta, mas se o time for muito mal, esse planejamento pode ir para o ralo. Se Filipe Luís pensou nisso, é bom recuar e repensar toda a programação.

    Subestimaram o Central Córdoba? Parece que sim.

    Apesar das falas respeitosas do treinador em relação ao adversário, é fato que subestimaram o time estrangeiro.

    O Central Córdoba não é tem uma grande tradição, tanto que estava há mais de 40 anos fora da elite argentina. 48 temporadas, para ser mais exato, desde 1971.

    Seu maior feito foi ter ganho a Copa da Argentina no ano passado, em cima do tradicional Velez Sarsfield, depois de ter eliminado Estudiantes, Newell’s Old Boys e Huracán.

    O time está mal no Campeonato Argentino, mudou bastante o seu elenco, dos vencedores do torneio apenas três jogadores ficaram, mas é evidente que o desempenho no campeonato não o define, até por conta do time ser barato e de não haver rebaixamento esse ano no torneio.

    Outra mobilização

    Em tendo força máxima, a comissão técnica de Omar de Felippe preferirá usar os melhores jogadores na Copa Libertadores. A mobilização do Central Córdoba para um jogo como o de ontem é OBVIAMENTE diferente.

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    Foto do Central Córdoba campeão. Imagem: Reprodução

    O time de Santiago de Estero tinha a oportunidade de jogar contra o tricampeão da América, o time mais caro do continente, veio no intuito de fazer um jogo duro e caiu em seu colo a chance de fazer história.

    O Central Córdoba acertou nisso, fez história, lamentações flamenguistas à parte essa é a verdade.

    Falhas antigas, soluções nada novas

    O Flamengo fazia um jogo burocrático, mole e nada agressivo, no pique do famoso “arame liso” que vem lhe sendo habitual.

    É fato que o time tem dificuldades de finalizar, não sendo isso exclusividade do jogo contra o Central Córdoba.

    Vem sendo assim tradicionalmente, seja sob as gestões de Vitor Pereira, Jorge Sampaoli, Tite ou com Filipe. Em alguns pontos, até com Dorival Júnior isso acontecia. Entra e sai técnico e não se resolve a questão.

    Para piorar, Léo Pereira voltou a ter um dia atrapalhado, como há muito tempo não tinha.

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    O lance do pênalti. Imagem: Reprodução

    Lembrou o zagueiro quando chegou ao Flamengo em 2020, época em que era muito criticado, algumas vezes, com razão. O lance foi uma tremenda infelicidade, mas poderia ser consertado, caso o time conseguisse fazer o seu trabalho lá na frente, de matar o jogo, marcando os gols depois das chances criadas.

    No entanto, pouco se criou. Flamengo até teve uma boa chance, um pênalti marcado, depois transformado em uma falta pela intervenção do VAR. Léo Pereira cobrou e a bola acabou batendo na bochecha esquerda do gol, na rede pelo lado de fora.

    Curioso que Nico De La Cruz também estava na bola, mas não bateu. Como foi dele o gol de desconto, fica a pergunta do motivo dele não ser o cobrador oficial de bolas paradas no Flamengo.

    O segundo gol e o prego no caixão

    Enquanto o Flamengo tentava empatar, o adversário aproveitou para fazer uma jogada ensaiada. A defesa caiu muito fácil nessa artimanha.

    Curioso que o Central Córdoba quase não trouxe perigo ao Flamengo, fora as bolas paradas. Cair nessas armadilhas torna a derrota em algo ainda mais doído. Certamente o treinador deve estar refletindo sobre esses erros, até por esse ser um erro recorrente.

    Recentemente, na partida contra o Internacional, o volante Bruno Henrique marcou um gol parecidíssimo com outro gol colorado, na final do Gauchão, dias antes desse jogo, ou seja, era uma jogada ensaiada, que varia o seu finalizador.

    O Central Córdoba estudou o Flamengo, soube explorar as fragilidades defensivas e as falhas ofensivas, por isso, passou o segundo tempo apostando no contra-ataque.

    Suas chances de ataque foram fracas e na segunda metade, Filipe colocou em campo Wesley, Gerson e Pulgar, mostrando que se arrependeu de ter poupado o Coringa e o lateral direito, principalmente, embora ele tenha negado isso na entrevista.

    A prática desmente a teoria.

    Curiosamente, a saída mais flagrantemente justa foi do menino Evertton Araújo. O volante tem tido problemas de insegurança e ontem não foi diferente. Mesmo Varela, que nos últimos jogos estava jogando bem, demorava demais a recompor na marcação,

    Os números

    Filipe destacou que a posse de bola do Flamengo foi muito maior que a do Central Córdoba.

    Ele não estava errado, mas os números não favorecem os seus argumentos.

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    Imagem: Estatística Sofascore

     

    Vendo o número de chances perdidas, houveram poucos arremates. Gerson até tentou chutar de fora da área algumas vezes. Há muito tempo pedimos que ele faça mais isso, inclusive em nossas lives, no entanto, dessa vez, não deu muito certo.

    Breves conclusões sobre o jogo

    Passado o delírio coletivo de que Filipe Luís deveria substituir Dorival na seleção – vale lembrar que até se escolher um comandante, esse risco pode ainda existir – é dado que o treinador ainda precisa de estofo, casca e experiência.

    Quando a boataria começou, o Flamengo ainda nem tinha disputado partida contra o Deportivo Táchira da Venezuela. Filipe não havia jogado partidas internacionais, tampouco sofreu crises, jamais foi vaiado ou sofreu pressão da torcida, não como treinador.

    A derrota para o Central Córdoba não deve ser suficiente para causar uma crise, até por ter sido apenas a segunda de Filipe, mas é um revés do qual ele não estava acostumado. Libertadores, como dito antes, não se joga, se ganha.

    Não se pode descartar os adversários.

    Além disso, desde de que o treinador assumiu o comando técnico do Flamengo, o time não havia tomado dois gols ainda. O time não soube como agir, tinha muita pressa e se atrapalhou desnecessariamente. Houve quem comparasse essa derrota aos fracassos típicos do Flamengo nos anos e décadas passadas.

    Claro que não chegou ao ponto de ser um vexame como foi contra o América do México, mas claramente houve salto alto, como também ocorreu no episódio Cabañas.

    A questão da torcida

    Além disso, houveram dois fatores importantes no jogo de ontem e ambos tem ligação com a torcida.

    O primeiro tem a ver com perfil do espectador que foi ao jogo ontem, muito passivo, como o nome diz mesmo: espectador, alguém que apenas assiste um evento, espetáculo ou competição. A coisa não pode ser assim.

    A arquitetura dessa versão do estádio Mário Filho não favorece tanto os cantos e sem a torcida organizada a coisa piora. O que se viu ontem foi uma torcida que pouco gritou, pouco falou e pouco torceu.

    Diretorias de Botafogo e Vasco apoiaram o retorno da Fúria Jovem e a Força Jovem Vasco, forçando as autoridades jurídicas a liberar o retorno dessas agremiações aos estádios.

    Desde 2023 que as torcidas da Raça Rubro-Negra e Torcida Jovem do Flamengo não podem ir aos estádios.

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    Torcida Organizada Raça Rubro-Negra no velho Maracanã. Imagem: Reprodução.

    Talvez o apoio de algumas torcidas organizadas à chapa adversária de BAP tenha pesado contra uma união com esses grupos, o que é vergonhoso. O bem do clube deveria estar na frente de certas picuinhas políticas, mas desde o caso Alcaraz se nota que essa é uma realidade indigesta e real, que tem que ser combatida.

    A outra questão são os preços dos ingressos. O valor médio aumentou demais. Quem tem condições de ir não necessariamente sabe as músicas, tampouco consegue incentivar e incendiar o time.

    Boa parte dessas pessoas acham que o pagamento do ingresso é garantia de vitória, quando obviamente não é.

    A torcida deve fazer parte do esquema e da luta, tem que empurrar e não se abater. Quanto mais elitizada, menos gritada será a reação e mais vazia será a arquibancada.

    Próximos compromissos

    O Flamengo pega o Grêmio pelo Campeonato Brasileiro domingo, dia 13, fora de casa, depois pega o Juventude na quarta-feira, dia 16 e joga contra o Vasco da Gama no sábado, dia 19.

    Só volta a jogar pela Libertadores contra a LDU, fora de casa, na altitude dia 22, uma terça-feira. É preciso ter muita atenção, pois se perder contra o time equatoriano, complica a classificação, já que haverão nove pontos conquistáveis, com apenas dois jogos em casa.

    É preciso fazer resultado nos jogos fora de casa, tentar vencer o Central Córdoba na Argentina e pelo menos empatar contra a LDU, mesmo com a questão da altitude. São todos resultados factíveis, ainda mais com a recuperação de Pedro – que no entendimento desse analista, nem deveria ter entrado, mas esse é outro assunto – solucionando a questão dos gols, o Flamengo se torna de novo favorito em tudo que disputa.

    Em breve retornamos com mais informações.

    Vamos Flamengo!

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